terça-feira, 28 de junho de 2011

DESMATAMENTO NO RIO GRANDE DO NORTE É ASSUSTADOR


O Rio Grande do Norte desmatou 98,19 quilômetros quadrados de sua área de caatinga entre os anos de 2008 e 2009. A área equivalente a 0,20% de todo o bioma potiguar coloca o Estado na quinta posição dos que mais desmataram no Nordeste nesse mesmo período. Embora o número ainda seja alto, pesquisa aponta que houve uma redução no ritmo de destruição da caatinga. Levantamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA) aponta que, entre 2008 e 2009, a taxa anual foi de 0,23%, enquanto que de 2002 a 2008 a média anual de desmatamento era de 0,28%. De acordo com o MMA, no primeiro levantamento, em 2002, foi registrado um índice de desmatamento de 43,7%. Esse número subiu para 45,4% em 2008. Com os novos dados, a Caatinga tem 45,6% de sua área desmatada. Uma das principais causas do desmatamento na região é a extração ilegal da mata nativa, que é convertida em lenha e carvão vegetal. De acordo com o Monitoramento dos Biomas Brasileiros, os Estados que mais desmataram foram Bahia (638km²), Ceará (440km²) e Piauí (408km²). Os municípios que registraram as maiores áreas com supressão de floresta foram Mucugê e Ruy Barbosa (BA) e Cabrobó (PE). Nenhum município potiguar aparece na lista dos 17 municípios nordestinos que mais devastaram a caatinga. Olhando os mapas apresentados no estudo, disponível no site do Ministério, as regiões Oeste e Seridó são as mais afetadas pela ação humana (antropismo). Os municípios de Pau dos Ferros, Antônio Martins e Alexandria, na Tromba do Elefante; Mossoró e seu entorno, mais Santana do Matos, na região Central, aparecem como os que mais aumentaram o desmatamento no período pesquisado. IBAMA Embora o Ministério do Meio Ambiente comemore a redução no desmatamento da caatinga, isso não significa que as ações estejam acabando. Neste ano, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) realizou uma operação na região Oeste que resultou na abordagem e aplicação de multas para várias pessoas pela prática de desmatamento. O problema é que o Governo cortou a verba do Ibama e, desde março, o trabalho de fiscalização foi suspenso por tempo indeterminado. Segundo o chefe substituto do escritório de Mossoró, Carlos Cardoso, a retenção foi determinada porque o Governo está focalizando as ações na Amazônia, onde o desmatamento aumentou. CAATINGA Único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga possui uma área original de 826.411km² e está presente em cerca de 11% do país, nos Estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. A região sofre forte impacto das mudanças climáticas por apresentar muitas áreas suscetíveis à desertificação.

fonte: Jornal de Fato