terça-feira, 9 de agosto de 2011

MEMÓRIA VIVA DO CORDEL NORDESTINO



Olha o que eu encontrei no DIÁRIO DO TEMPO

“Sou um dos nordestinos, magro, baixinho e sisudo, mas que tem honra e méritos no Nordeste de Canudos; nas terras de Gonzagão, Antônio Silvino e Lampião, de Padin Ciço e Cascudo”. A autodefinição do cordelista José Saldanha de Menezes Sobrinho não poderia ser outra senão de um cordel. Sertanejo de alma e vida, o poeta de 87 anos mantém viva a tradição dos livretos que contam a sina do nordestino e as epopéias do sertão. Distante 70 anos de seu primeiro cordel, Saldanha ainda guarda a voz altiva de quem declamava poesia nas feiras interioranas, nos tempos em que “o cordelista era muito mais querido pelo povo do que Roberto Carlos, hoje em dia”.

Zé Saldanha – nome que assina em seus cordéis – nasceu em 23 de fevereiro de 1918, na fazenda Piató, município de Santana do Matos. Naquele início de século, os tempos eram de coronelismo, beatos, rendeiras e cangaceiros. Nos sertões místicos e quentes do Nordeste, o cordelista cresceu. Viveu entre cantadores e cordéis que retratavam a vida dura do sertanejo, do massacre de Canudos, mas também os horizontes de beleza e valentia, da brabeza dos homens do sertão, que contrastavam com os “neurastênicos do litoral”, como escreveu Euclides da Cunha, em “Os Sertões”.

Naquela época, recorda Saldanha, as opções para quem não descendia de família tradicional eram poucas: “Ou era cordelista, ou vaqueiro, ou amansador de potro, cantador de viola, topador de touro, matador de onça ou cangaceiro. Trabalhei no pesado. Papai me ensinou de tudo: quebrei pedra de barreira, arranquei toco, fiz cerca de pedra; fui bom cavador de terra pra vazante, apanhador de algodão, trabalhei na inchada; fui limpador de mato e também corri muito a cavalo. Só não fui cangaceiro”, orgulha-se.

Mas foi o cangaço a maior fonte de inspiração de Zé Saldanha. Aos oito anos de idade, quando de viagem ao município de Souza, na Paraíba, o pai do cordelista, Francisco Saldanha, conhecido como Chico do Piató, soube da chegada do bando de Lampião na cidade. “Mesmo informado que Lampião vinha só visitar um amigo, meu pai quis arredar o pé. Ele dizia: quando tem polícia e cangaceiro junto o rebuliço é grande. E não deu outra”. Com o pai de malas prontas para subir no cavalo e voltar pra Santana do Matos, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, aproximou-se.

“Ele vinha cercado com quatro homens do lado esquerdo, outros quatro do lado direito e outros mais na frente e atrás. Ele vinha no meio. Colocava a mão num bisaco azul, enchia de moeda e jogava pros meninos da rua. Ele morria de achar graça com eles brigando pelo dinheiro. Passou por mim, olhou, mas não disse nada. Quando chegou em Catingueira foi o pipoco de tiro. Morreu um soldado, depois dois, outros foram caindo e ele tomou conta de Souza. Fez o que quis na cidade”, relembra.

Embora conteste a influência da visão inusitada do rei do cangaço com tão tenra idade, é inegável a predominância da subcultura cangaceira e, em particular de Lampião, nos folhetos de Zé Saldanha. Ainda em janeiro de 1939, aos 21 anos, o poeta retratou o fracasso do ataque de Lampião em Mossoró, em 1927, em cordel com 12 décimas decassílabas. Eis alguns trechos:

Pra vingar-me de uma crueldade,
Foi preciso tornar-me cangaceiro,
Atacar o Nordeste brasileiro,
Por sítio, por vila e por cidade.
Mandei chuva de bala de verdade,
Foi quente a boca do balão,
Tornei-me até assombro no sertão.
Fui conhecer Mossoró também de perto,
Mas o povo de lá é muito esperto,
Danado de doido e valentão.

Ataquei Paraíba e Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia,
Dominei e fiz tudo o que queria,
Dei trabalho aos soldados de Nabuco.
O governo de lá perdeu o suco,
Procurei um lugar de mais reforço,
Para atacar Mossoró eu fiz esforço,
A viagem foi errada e foi perdida
Fui feliz escapar com minha vida,
Que o chumbo de lá é muito grosso.

Lampião correu apressado,
Uma mão sobre o rifle outra na faca,
Já perdendo Colchete e Jararaca,
Conduzindo três homens baleado.
E seu grupo havia debandado
Que atacar Mossoró não é brinquedo,
O grupo abriu as pernas sobre o bredo,
Que em Mossoró a bala choveu quente
Da santa igreja de São Vicente,
Uma nuvem de bala causou medo.

Lampião correu dizendo assim:
- Se eu não fosse perito e veterano,
Eu tinha era entrado pelo cano
E Mossoró ia até zombar de mim.
Talvez até por lá me desse fim,
Esse tal de Mossoró não me convém,
O povo lá não tem medo de ninguém,
Tudo é danado de doido e é valente,
Até da santa Igreja São Vicente,
Os Santos atiraram em nós também.

AS FEIRAS SERTANEJAS DO POETA-REPÓRTER
Pelas veredas e nuanças do sertão de antigamente, o cancioneiro popular percorria levando repentes e cordéis. Não havia fatos ou acontecências que escapassem dos escritos ou das cordas de viola. “O cordel era tão importante no meu tempo que vivia por dentro das escolas, das igrejas, das fazendas; era uma beleza. Quando chegava numa feira, eu era cercado de gente, um festival danado. Era só isso que havia!”, recorda Saldanha.

Era nas feiras sertanejas onde o interiorano tomava conhecimento do mundo que o rodeava. Os cordelistas e cantadores eram porta-vozes das notícias. Ao declamarem seus costumes, alegrias e carências, perpassando-se por temas como política, religião ou a dramaticidade do cotidiano, sedimentavam valores e perpetuavam, em palavras escritas ou faladas, a história do Nordeste. As lendas, mitos e aventuras, próximas ao realismo fantástico, retratavam o imaginário nordestino. Os romances singelos e rústicos, se faziam típica literatura cabocla. Era na feira livre onde o sertanejo do Nordeste, ilhado pela precariedade do transporte e do destino, se divertia e se informava.

Se a vocação de poeta sertanejo já lhe era assegurada, a profissão de repórter surgiu por acaso. “O cordelista é cheio de dificuldade hoje no tempo presente. Porque quando comecei a escrever, o cordel era a notícia. Ganhei até o nome de poeta-repórter nas feiras. Se eu escrevia de noite, de manhã já tava na tipografia pra ser vendido”. Zé Saldanha lembra que ao migrar com sua família para Currais Novos e trabalhar na indústria, presenciou um desastre de ônibus que matou 25 pessoas.

“Quando soube peguei o papel, a caneta e saí escrevendo quando ainda tinha gente estirada pelo chão. Tudo que acontecia, no mesmo instante eu lá estava. Do mesmo jeito foi em Cerro Corá, quando um carro entrou por acidente num açude. Logo tomei nota, traduzi pra verso e no outro dia foi publicado. O jornal do interior era o cordel. Mas aí apareceu o jornal, a revista, o rádio, a televisão… A mocidade não olha mais o cordel. Agora ficam envolvidos nessas novelas que só aparece o povo se agarrando”.

Zé Saldanha conta sua versão sobre o surgimento da literatura de folhetos: “O cordel chegou primeiramente por Pernambuco, trazido por Silvestre de Aguiar, filho legítimo de Portugal. Ele trouxe porque o mundo colônia, só de mato, não tinha divertimento”. O paraibano Leandro Gomes de Barros, um dos precursores da literatura de folhetos no Nordeste é lembrado por Saldanha como o maior escritor de cordel do Brasil.

É daqueles tempos de prestígio dos cordéis produzidos ainda em folhas de papel-jornal, presos em barbantes nas barracas das feiras que Zé Saldanha lembra do seu tempo de “menino-moço”, ironizando o passado. E sente saudades:

Na minha época passada
Namoro foi sacrifício;
A moça num edifício
E pelo pai vigiada
Pra poder ser namorada
Pedia licença aos pais
Hoje a moça e o rapaz
Vão se abraçar, se beijar
O mundo só veio prestar
Quando eu não prestava mais.

Meu tempo foi diferente
Digo porque me convém;
As moças queriam bem
Mas tinham medo da gente
Todo pai era valente
Hoje perderam o cartaz
A filha sai com um rapaz
Beber, namorar, farrar
O mundo só veio prestar
Quando eu não prestava mais.

A lembrança ainda tenho
Dos vestidos do passado,
Hoje é curto e ligado
Que só manjarra de engenho
Mostrando todo desenho
Do corpo na frente e atrás
Tudo que a moderna faz
Eu só falto morrer de olhar
O mundo só veio prestar
Quando eu não prestava mais

Hoje nada mais é certo
Amor nem religião;
A moderna, a corrupção
Com seu mundanismo esperto
Deixando tudo em alerto
Olhando a novela o que faz
Mulheres, moças e rapaz
Semi nus a se beijar
O mundo só veio prestar
Quando eu não prestava mais

O INDUSTRIÁRIO CORDELISTA
Embora o poeta se valha da vocação de jornalista pra retratar fatos em poesias, Zé Saldanha sustentava sua família de oito filhos trabalhando na indústria. Mas tudo começou ainda pequeno, na fazenda do pai, em Santana do Matos, quando o poeta iniciou-se nos versos, e naquela que bem representa as artes plásticas do sertão nordestino. “Começei a escrever cordel e a fazer xilogravura ainda criança. Eu fazia um quadrado na tábua e saía abrindo com o canivete, moldando o desenho conforme o escrito. Fui o primeiro xilógrafo do Seridó”.

Da meninice Saldanha guarda boas lembranças. Mesmo a trabalhar pesado no roçado com o pai, “puxando gado, sendo vaqueiro ou matuto”, o sertão era seu tesouro íntimo; sua casa. Lá mesmo em Santana do Matos, paralela a atividade da escrita, o cordelista começou a fabricar sapatos. “Santana do Matos é lugar de gente inteligente, mas muito pequeno. Mesmo assim comecei lá. Vendi muito calçado, durante mais de 30 anos”.

O segredo do sucesso dos sapatos fabricados por Saldanha é fácil de explicar: em cada caixa de sapato uma propaganda em versos: “Sendo pra comprar calçado/ eu aviso aos meus fregueses/ eu ando de pé descalço semanas, dias e meses/ fico até de pé rachado/ porém só compro calçado na fábrica Menezes”. Mas Saldanha me corrige: “Vendia não pela poesia, mas porque era um calçado bem feito, bem polido”.

.Nesse intervalo, entre fabricação de calçados, trabalhos em cordel e no roçado, Zé Saldanha casou-se com Maria….. . Cumprindo a tradição de muitos filhos do sertanejo, teve oito, sendo quatro homens e quatro mulheres. “A fábrica me possibilitou formar meus filhos, mas um faleceu quando tava perto de pegar o canudo”. Mesmo casado, Saldanha continuou a morar na fazenda Piató. O contato com cangaceiros era constante. “Eles apareciam armados pra pedir comida. Meu pai preparava o prato, mas num perguntava nem o nome, pra num dar intimidade”

Em 1943, Saldanha recebeu um convite de um tio para ir a região de Bodominas, hoje município emancipado de Santana do Matos. “Lá estava se vendendo muita xelita. Mas detestei o trabalho na mineração, aí desisti”. Após mais essa experiência profissional na coleção do artista, Saldanha rumou para Cerro Corá com a família. A cena de quatro mil garimpeiros calçando sapatos brancos atiçou as idéias do poeta. “Garimpeiro é vaidoso. Decidi ganhar dinheiro em cima deles e fui fabricar sapato de novo”.

Mas a fábrica com 15 operários não supria a necessidade de bons estudos para os oito filhos. No ano de 1963, a família se muda novamente, agora para Currais Novos onde Saldanha montou a fábrica de sapatos Menezes, agora com 40 funcionários. Lá, também vendeu queijos e doces. Mas o trabalho “de dia à noite” fez com que o poeta largasse por alguns anos o cordel. “Se não tivesse parado tinha pra mais de 5 mil livretos hoje”, comenta o cordelista, ao lado dos seus mais de 900 folhetos e oito livros sobre cangaço.

Ainda em Currais Novos, embora sem produzir cordéis, Zé Saldanha criou a casa do cantador do RN e a Associação Estadual de Poetas Populares, com filial também em Mossoró. Também em Mossoró ajudou a criar a Associação Brasileira do Estudo do Cangaço. Mas, “por uma necessidade de vida” Zé Saldanha larga o interior e vem para Natal, em 7 de janeiro de 1979. “Quero muito bem ao sertão, mas minha esposa adoeceu, com problema no coração de maneira que os médicos me aconselharam levá-la pra capital. Mas ela ainda viveu 20 anos depois que chegamos”.

O RECANTO DO POETA
Hoje, aos 87 anos, Zé Saldanha divide seu tempo entre sua mercearia e bar Recanto do Seridó – onde vende pratos típicos do sertão – e, logo ao lado, o pequeno espaço de aproximadamente nove metros quadrados onde produz e vende sua obra, a qual chama Recanto do Poeta. Na entrada, o recado: “Literatura de cordel, folhetos e livros direto do autor para os leitores”. Na parte superior do estabelecimento, o elogio à importância do cordel para a arte e história nordestina: “Horizontes dourados da cultura popular”.

A casa do poeta fica a poucos metros dos seus “Recantos”. Alguns filhos deixaram o interior para cuidar do pai. A família grande deixa movimentada a casa, mas Saldanha prefere a solidão de seu Recanto. Lá, continua a produzir folhetos, agora no computador. “Tiro mil, dois mil reais por mês com o cordel. Sempre estive ao lado do cordel, mas nunca vivi dele”.

Segundo Saldanha, o prestígio do cordel no Rio Grande do Norte é fraco. “Passa o pessoal jovem por aqui e nem vem olhar. Só quem pára são os mais velhos. Mas todo dia vendo cordel, livretos, livros. Faço mais encomenda para o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Meu cordel é em formato de livreto, aí é mais caro. Tenho um livro sobre Lampião de 40 páginas que se vende por 10 reais. Meu livreto tem o mesmo número de página e eu vendo por três”.

Muito do processo de criação de seus folhetos é resolvido ali mesmo, no Recanto do Poeta. No computador ele digita o texto, elabora os desenhos das capas e imprime. Mas, segundo ele, quando o livro é de 70 páginas acima, ele entrega a “um Joãozinho” da gráfica que aparece por lá, para levá-la à impressão.

Do cangaço e da literatura matuta Zé Saldanha guarda os primeiros folhetos.

Já a inspiração de hoje provém dos “acontecidos dos jornais, porque cordel é um trabalho que se infiltra por dentro de todas as matérias, do cangaço à filosofia. Mas eu escrevo livro também”. Intitulado “Matuto na Capital”, esse livro ganhou os mercados da Alemanha, França, Japão e estados do Brasil. Segundo o poeta, um de seus versos sobre Juscelino Kubitschek está bordado em letras grandes, numa placa no senado, embaixo da estátua do presidente que construiu Brasília.

SAUDADE SERTANEJA
“Se Deus me der mais vida, completarei meu novo trabalho: ‘A Natureza, o Pássaro e o Poeta’. Deve sair com 200 páginas. Espero encontrar uma gráfica muito excelente para publicá-lo”. Neste livro, Zé Saldanha escreve sobre uma capital distante de seu passado, estranha aos olhos do sertanejo, “um lugar que matuto não se acostuma”, como diz. Em linhas bem traçadas, ele descreve a vida nas praças do Centro e todas as facilidades de educação e cultura desde a idade infantil à colação de grau. “Na capital se faz o ginásio, a universidade, há de tudo para se estudar: tem acesso ao cinema, à biblioteca, aos clubes e educandários. Mas isso é só o início do livro!”.

Depois de “engrandecer” as belezas e qualidades da capital, Zé Saldanha emaranha-se pelas matas sertanejas, “porque a vida da cidade é muito diferente da vida do interiorano, do camponês, do ruralista. E digo: nunca gozou da vida quem não foi do sertão; quem nunca sentiu a terra cheirosa depois da chuva, nem ouviu o grito da siriema, nem o touro urrando dentro da mata. Não foi feliz quem não ouviu o miado da onça, nem viu a cascavel assanhada ao pé da serra; quem nunca ouviu o canto doído do acauã. Tenho até pena de quem não sentiu o ventinho maneiroso quando chega a noite, vindo lá dos matagais, nem sentiu aquela calma tão medonha que só o sertão tem”, disse o cordelista, trazendo da memória um sertão ausente, que se faz presente nas palavras do poeta.

Mas as recordações de Zé Saldanha vão mais além: “Do sertão tenho toda a lembrança; é minha terra beleza. Quando tava no sertão fiz o programa ‘Viajando o Sertão’. Dos programas bonitos que houve em Natal, um foi esse: reunia poetas, cantadores de viola, aí eu fui lá. Levei um papel no bolso, aí Tarcísio Gurgel (poeta e escritor), que apresentava o programa, olhou pra mim e perguntou: ‘E esse papel?’. Eu disse: ‘Foi um trabalho que eu escrevi. Se o programa é sobre o sertão, escrevi sobre o sertão, para os cantadores declamarem’. Aí ele: ‘Quem escreveu foi você?. Então você é quem vai ler’”, relembra.

Além de programas de rádio, Zé Saldanha proferiu palestras – muitas em companhia do então amigo Luiz da Câmara Cascudo – e participou de encontros e seminários sobre cultura por onde passou. Em 22 de agosto, o cordelista participou do XI Encontro de Folclore e Cultura Popular, promovido pela Fundação José Augusto.

Mesmo com uma saudade doída do sertão, Zé Saldanha se diz contente e tranqüilo. Quem olha seu jeito ainda firme e lúcido, a alegria e a paz tomam ares de receita para longevidade. “Quem come muito vive pouco. Mas o segredo é não parar de trabalhar. Com 5 anos papai me carregava pro roçado, pro campo ou pra cidade. Comecei na lida muito novo, com gosto, liberdade e vontade. E depois fui pra indústria onde trabalhei durante 45 anos, dormindo pouco e trabalhando muito, para criar 8 filhos estudados. E tudo que eu fiz foi tranqüilo e contente, sempre com riso e brincadeira. Ainda hoje quando estou só e olho pro céu, ainda fico espantado com tanta beleza que a natureza cria”.

Esses versos abaixo foram escritos por um amigo do Zé Saldanha e estavam em um quadro, pregado lá no Recanto do Poeta.

O poeta zé saldanha é uma ilustre figura
De alma doce e serena que a gentileza candura
Juntou-se à poesia pra formar sua estrutura

A sua caricatura nos remete ao coração
Pelejas de cantadores, alpendres de casarão
Conversas de fim de tarde, paisagem lá do sertão

Conhece os grandes valores do cordel e da poesia
Travou heróicas pelejas com mestres da cantoria
Seus livros se iluminam com a luz da sabedoria

Aos 87 anos ainda traçando metas
Emana o conhecimento dos mestres e profetas
Encanta vê-lo em seu canto, no recanto dos poetas

DO BLOG: Encontrei na net no Diário do Tempo por: Sérgio Vilar