“Ele contava a vida em prosa e verso”. É assim que a família de José Saldanha Menezes Sobrinho, o Zé Saldanha fala sobre o poeta potiguar conhecido por seus cordéis criativos que morreu na tarde desta terça-feira (9), no hospital São Lucas em Natal vítima de complicações após cirurgia do intestino delgado.
Zé Saldanha estava internado há trinta dias, após ter dado entrada na UTI para fazer uma cirurgia de emergência no intestino. Com um estilo de vida “feliz”, Zé Saldanha comentava que gostava tanto de viver que queria “emendar uma vida na outra” para não deixar de protagonizar a vida.
De acordo com informações do genro de Zé Saldanha, Felizardo França, o poeta morreu por volta das 15 horas e deve ser velado no Morada da Paz de Emaús, na capela central a partir das 19h até as 11 horas da manhã da quarta-feira (10), horário em que o poeta será enterrado.
Felizardo conta que a família está abalada, mas tem recebido com alegria as homenagens feitas ao poeta de 93 anos. “Eu nunca tinha visto tanta gente no hospital, ligando e querendo saber dele”, afirma o genro.
Uma grupo de amigos de Zé Saldanha está reunido em Natal para prestar as primeiras homenagens ao cordelista que deixa 7 filhos, 23 netos e 8 bisnetos.
Em conversa com a reportagem, o genro de Zé Saldanha contou que aos 81 anos o poeta resolveu fazer cursos de infromática e aprendeu a digitar seus textos no computador. “Ele era um exemplo de superação, que podia vencer tudo e conquistar o que quisesse”, conta emocionado Felizardo.
Zé Saldanha
Nascido e criado na Fazenda Piató, em Santana dos Matos, o poeta tinha os pés no interior do Estado e conservava o espírito jovem com observação do cotidiano nas mais de 300 publicações prórpias.
Saldanha publicava anualmente almanaques (livretos onde o cordelista faz previsões sobre o tempo, fornece orientações e informações agrícolas, folclóricas e religiosas baseadas no senso comum), e mais recentemente, o Dicionário de Poetas Cordelistas do Rio Grande do Norte.