quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

São Paulo quer lei que obrigue prédios a passar por vistoria periódica

Os desastres em São Paulo e no Rio disparam um alerta nas autoridades. A prefeitura paulistana quer tornar obrigatória vistoria a cada cinco anos.



Por causa desse desabamento e também daquele que destruiu três prédios no Rio de Janeiro, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, decidiu desengavetar um projeto que ele mesmo tinha vetado. Os prédios da cidade deverão passar por uma vistoria a cada cinco anos.
Os desastres dispararam um sinal de alerta nas autoridades paulistas. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, desengavetou um projeto que ele mesmo havia vetado e que agora quer que vire lei. O texto obriga a todos os prédios a passarem por uma vistoria a cada cinco anos. A fiscalização será feita por engenheiros e arquitetos. Eles vão emitir laudos, que serão entregues à prefeitura.
“Diante desse estado quase de comoção nacional em função do acidente no Rio de Janeiro e agora lamentavelmente em São Bernardo do Campo na terça (7), nós entendemos que temos de agir rapidamente. Para que pudéssemos agir rapidamente, o melhor é pedir à Câmara Municipal que derrube nosso próprio veto. Depois, com o passar do tempo, vamos observar para ver os aperfeiçoamentos que serão necessários”, afirmou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
A medida agradou o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP). “Assim como o carro tem prazo de validade e ele precisa de manutenção, os prédios também precisam de manutenção. Se você não cuida do seu carro e não conserva seu carro, em pouco tempo ele se deteriora e perde o seu o prazo de validade. Um prédio é a mesma coisa: se você não o mantém, em pouco tempo também você tem um problema no seu prédio e ele eventualmente pode vir até à ruína”, alerta o presidente do Crea-SP, Francisco Kurimori.
A cidade de São Paulo já teve muitos problemas com a segurança dos prédios. Dois incêndios já atingiram um prédio na Avenida Paulista. O último foi em 1981. Ao todo, 17 pessoas morreram. Após a tragédia, o prédio passou por uma reconstrução. Como o fogo comprometeu as estruturas, novas colunas foram erguidas. Para garantir a segurança, elas foram ampliadas. Algumas receberam extintores de incêndio.
A síndica do prédio, Maria Cecília Santa Cruz, diz que os acidentes serviram para que os administradores ficassem mais cuidadosos em todos os quesitos. Uma reforma, por exemplo, só é autorizada depois que o proprietário apresente um projeto feito por um engenheiro civil. Depois disso, o prédio submete a proposta a outros dois engenheiros que prestam assessoria ao condomínio.
“Entregando a planta, em um mês eu dou todas as respostas e dou a autorização ou não para fazer a reforma. [O pessoal] entende e colabora perfeitamente. Eu não tenho reclamação. Todo mundo sabe que é para segurança de todo mundo”, conta a síndica Maria Cecília Santa Cruz.
Um projeto que previa a obrigatoriedade de vistorias nos prédios já havia sido vetado pela então prefeita Marta Suplicy, em 2003. Voltou a ser vetado por Gilberto Kassab em 2009, mas agora o prefeito pediu urgência à Câmara de Vereadores e espera sancionar a lei em 30 dias.