'Tanto sonho para nada', diz pai de enfermeira morta em desabamento
Prédio de 14 andares desabou parcialmente em São Bernardo do Campo.
Corpo de Patrícia Alves será enterrado ainda nesta quarta-feira.
Farias encontrou com a filha pela última vez no fim
de semana (Foto: Letícia Macedo/G1)
de semana (Foto: Letícia Macedo/G1)
O pai da enfermeira Patrícia Alves, morta no desabamento parcial do Edifício Senador, em São Bernardo do Campo, no ABC, aguardava a liberação do corpo da filha no Instituto Médico-Legal (IML) por volt adas 9h desta quarta-feira (8). Os bombeiros localizaram o corpo da enfermeira de 25 anos na noite desta terça (7), 24 horas após o acidente ocorrido na segunda-feira (6), matando Patrícia e uma menina de 3 anos - outras seis pessoas ficaram feridas.
Deosdedite Farias, de 48 anos, definiu Patrícia como uma pessoa vencedora e uma filha maravilhosa. “Ela só deixou coisas boas. Era uma filha maravilhosa, exemplar”, disse Farias, enquanto aguardava a liberação do corpo no IML, no bairro da Vila Euclides, em São Bernardo. De acordo com o pai, que ao longo das buscas, ele ainda nutria a esperança de encontrá-la com vida.
“Os bombeiros já sabiam [que ela estava morta], mas não falavam. A gente pensava até que ela podia estar em um hospital, perdida. Agora a gente sabe que, com aquele tanto de terra em cima, não tinha como escapar”, afirmou Farias.
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Na segunda-feira, Patrícia ligou para mãe por volta das 17h, horário em que ela provavelmente se preparava para mudar de sala e ir para o local onde foi atingida pelo desmoronamento. O acidente aconteceu cerca de 30 minutos antes de a enfermeira encerrar o expediente. “A gente quer uma desculpa [para o que aconteceu]. A gente pensa que a pessoa está no lugar errado na hora errada, mas para Deus não tem isso.”
A última vez que Farias encontrou a filha foi no fim de semana. Patrícia, que era casada, havia comprado um terreno e economizava dinheiro para construir uma casa. “Tanto sonho para nada”, afirmou.
Após o desabamento a família notou que a filha não ligou para dizer que deixava o trabalho, como costumava fazer. Pouco depois, o médico com quem ela trabalhava avisou o que havia acontecido e começou a longa angústia da família. Amigos percorreram hospitais em busca de notícias enquanto o casal acompanhava os trabalhos dos bombeiros.
O velório acontecerá no Hospital Ribeirão Pires, em Ribeirão Pires, e o enterro será no Cemitério São Sebastião, em Rio Grande da Serra, às 16h.
Remoção
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