terça-feira, 11 de outubro de 2011

DESERTIFICAÇÃO UMA PREOCUPAÇÃO CONSTANTE

A desertificação ganha terreno no mundo, mas não é uma fatalidade e muito depende da política adotada pelos governos, afirmou nesta terça-feira (20) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em reunião durante a Assembleia Geral anual das Nações Unidas.
De acordo com Ki-moon, 40% das terras do mundo são áridas ou semi-áridas e dois bilhões de pessoas dependem destes solos para a sua subsistência.
“Por que permitirmos a deterioração destas terras áridas?”, questionou o secretário-geral da ONU em seu discurso na reunião de alto nível, realizada em Nova York. “Tomemos hoje a iniciativa de reverter a tendência. Contrariamente a uma percepção muito disseminada, nem todas as terras áridas são estéreis”, disse Ban Ki-moon. “Uma ação oportuna da nossa parte pode liberar estas riquezas e aportar soluções”, acrescentou o chefe da ONU.
A cada ano são perdidos 12 milhões de hectares de terras produtivas, segundo a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (CNUCD). “A cada minuto são perdidos 23 hectares de terras produtivas por causa da degradação”, uma superfície que daria para produzir 20 milhões de toneladas de cereais, comparou a CNUCD.
Exemplos que podem ser seguidos – Em seu discurso, Ban Ki-Moon apresentou certos casos bem-sucedidos, entre eles “a restauração de antigos terraços nos Andes do Peru ou a plantação de árvores para conter o avanço das dunas do Saara”. “Há exemplos em todos os continentes de governos que revertem a tendência à desertificação e melhoram a produtividade das terras”, disse Ban.
O presidente da Assembleia Geral da ONU, o catariota Nassir Abdulaziz Al-Nasser, insistiu no fato de que a desertificação traz à tona a questão da segurança alimentar, como mostra a fome que afeta atualmente o leste da África. “O custo humano e econômico da desertificação é enorme”, advertiu.
Segundo a ONU, a questão da desertificação abarca o desaparecimento de terras onde as populações tinham a capacidade de plantar ou criar gado e que se tornaram áreas áridas onde vivem 2,3 bilhões de pessoas de quase 100 países.
Graças a campanhas de informação, espera-se que até 2018, 30% da população mundial estejam conscientes do problema da desertificação e da degradação dos solos.
Aliança – No último dia 7, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) lançou uma Aliança mundial para os solos, no intuito de evitar a degradação e possíveis ameaças à segurança alimentar do planeta.
A chamada “Aliança Mundial dos solos para a segurança alimentar e adaptação às mudanças climáticas” vai oferecer soluções e técnicas de proteção e gestão, ajudando a mobilizar recursos e competências para programas.
Dados da FAO apontam que somente na África, 6,3 milhões de hectares de terras agrícolas deterioradas perderam sua fertilidade e devem ser regeneradas para satisfazer a demanda por alimentos de uma população que pode dobrar de tamanho nos próximos 40 anos. (Fonte: Globo Natureza)