Permanência de jovens no campo é destaque no I Seminário Nacional de Juventude Rural
Favorecer
a permanência do jovem na área rural. Esse foi o tema abordado na mesa
de trabalho desta terça-feira (22), na abertura dos debates do I
Seminário Nacional de Juventude Rural, que prossegue até o dia 24 no
Hotel St. Peter, em Brasília (DF). O encontro, promovido pelo Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA), em parceria com a Secretaria Nacional
da Juventude (SNJ), órgão da Secretaria-Geral da Presidência da
República, busca realizar o mapeamento das políticas públicas existentes
e, a partir daí, discutir como efetivar ações que beneficiem os cerca
de oito milhões de jovens que vivem no campo.
"A nossa lógica é fortalecer e ampliar políticas públicas que estimulem os jovens a ficar e a trabalhar nos lugares onde nasceram, caso queiram. É dar a eles a possibilidade de escolha", disse a assessora de Juventude do MDA, Ana Carolina dos Santos Silva, pouco antes do início do painel Juventude rural e permanência no campo e na floresta: vida, terra sustentabilidade, que lotou o auditório do seminário.
A assessora nacional da Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Érika Galindo, observou que as pautas juvenis são convergentes, independentemente do movimento social a que pertençam e que têm como meta o desenvolvimento alternativo e sustentável. "Nós queremos o campo com gente e não apenas com máquinas. Um campo democratizado por meio da reforma agrária e que produza de forma sustentável", revelou.
Fizeram parte da mesa, a coordenadora do Coletivo Nacional da Juventude do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Gleisa Campigotto; a assessora nacional da Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Érika Galindo; a secretária nacional de Juventude (SNJ), Severine Macedo; o presidente substituto do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Luciano Brunet; e o coordenador dos trabalhos na mesa, Gérson Antonio Barbosa, do Coletivo Nacional da Juventude do Movimento dos Pequenos Agricultores.
Agronegócio
Luciano Brunet, presidente substituto do Incra, concordou com as reivindicações dos jovens, mas observou que o agronegócio, apesar de ainda ser hegemônico no país, já não ocupa mais o lugar que ocupava há alguns anos. "As condições para reverter esse quadro de hegemonia estão em fase de amadurecimento. Hoje, temos um mercado interno muito maior com espaço e condições para produzir mais alimentos para o povo. E é para atender esse consumo crescente que trabalha a agricultura familiar. O governo, por meio do Incra e do MDA, vem contribuindo com as políticas necessárias para viabilizar isso", frisou.
"O Governo Federal tem consciência de que, além de uma política de acesso à terra, é importante que existam outras, que precisam ser casadas: políticas de cultura, de esporte, de tempo livre e de inclusão digital, por exemplo. Esse conjunto de políticas, atrelado ao acesso à terra, na nossa avaliação, é o caminho correto para atrair o jovem a permanecer no campo", sustenta Ana Carolina. "Estamos aqui para avaliar as políticas existentes no MDA, como o Pronaf Jovem, o Ater Para a Juventude Rural – lançado na semana passada – e o Nossa Primeira Terra, para ver como a gente pode melhorá-las", acrescentou.
Severine Macedo, secretária nacional de Juventude, destacou a importância de se ampliar a agenda de políticas voltadas para a juventude do campo. “A juventude rural é um segmento muito importante para o País”, comentou. Segundo a secretária, a vontade do jovem de permanecer no campo nem sempre prevalece e um dos grandes desafios da SNJ é melhorar as condições de trabalho, além de garantir o acesso desses jovens às políticas públicas. Severine citou, ainda, a integração de ações entre os governos federal, estadual e municipal. “As políticas locais são de grande importância para garantir a qualidade de vida do jovem no campo.”
Outro ponto ressaltado durante a fala da representante da Secretaria Nacional da Juventude foi a questão da educação no campo. “É necessário massificar a educação no campo e temos conseguido avanços, como a criação de um programa específico para o meio rural, o Pronacampo”, explicou. Na avaliação de Severine, ações desse tipo são o caminho certo para aumentar o acesso do jovem à educação superior e, também, uma forma de desestimular o êxodo rural.
Participantes elogiam
O primeiro tema de debates do seminário foi elogiado pelos jovens participantes. Hildebrando Silva de Andrade, 22 anos representante da Juventude do MST, considera que o governo tem condições de impedir o êxodo dos jovens do campo se aprofundar as políticas públicas, por meio de incentivos e buscando a participação e a colaboração da juventude dentro dos assentamentos e das comunidades.
Silvânio de Almeida da Silva, também de 22 anos e da Juventude da Contag, elogiou a iniciativa do MDA de debater temas tão importantes e preocupantes para a juventude rural. "Este seminário é uma conquista dos jovens e vinha sendo discutido desde os seminários estaduais, dos quais participei. Estamos tendo a oportunidade de reivindicar, junto ao Governo Federal e ao MDA, os nossos anseios”, afirmou. Segundo ele, a juventude rural brasileira necessita de infraestrutura.
Adriane Ivanine Faria Rosa, 31 anos, e João Paulo, 27 anos, ambos do Grupo de Articulação Jovem Jongueira de Barra do Piraí - Pontão do Jongo e Caxambu-, (RJ), acham que as discussões e os debates são fundamentais para sinalizarem aos jovens sobre os caminhos a seguir. "Discutir para saber como fortalecer os desejos dos jovens e ajudá-los a ficar no campo é importante. Muitos jovens querem acompanhar a família e não saírem do lugar onde vivem, mas são obrigados a ir embora. É importante saber o que podemos fazer para convencê-los a ficar”, defendeu. “Nós somos de um movimento diferente, mas o nosso objetivo e a nossa luta são iguais aos de toda a juventude aqui presente", disse Adriane, pouco antes de juntar sua voz ao corro dos jovens que, no intervalo dos debates, cantaram: "Juventude que ousa lutar / Constrói o poder popular" e "Juventude organizada / Sociedade transformada".
"A nossa lógica é fortalecer e ampliar políticas públicas que estimulem os jovens a ficar e a trabalhar nos lugares onde nasceram, caso queiram. É dar a eles a possibilidade de escolha", disse a assessora de Juventude do MDA, Ana Carolina dos Santos Silva, pouco antes do início do painel Juventude rural e permanência no campo e na floresta: vida, terra sustentabilidade, que lotou o auditório do seminário.
A assessora nacional da Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Érika Galindo, observou que as pautas juvenis são convergentes, independentemente do movimento social a que pertençam e que têm como meta o desenvolvimento alternativo e sustentável. "Nós queremos o campo com gente e não apenas com máquinas. Um campo democratizado por meio da reforma agrária e que produza de forma sustentável", revelou.
Fizeram parte da mesa, a coordenadora do Coletivo Nacional da Juventude do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Gleisa Campigotto; a assessora nacional da Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Érika Galindo; a secretária nacional de Juventude (SNJ), Severine Macedo; o presidente substituto do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Luciano Brunet; e o coordenador dos trabalhos na mesa, Gérson Antonio Barbosa, do Coletivo Nacional da Juventude do Movimento dos Pequenos Agricultores.
Agronegócio
Luciano Brunet, presidente substituto do Incra, concordou com as reivindicações dos jovens, mas observou que o agronegócio, apesar de ainda ser hegemônico no país, já não ocupa mais o lugar que ocupava há alguns anos. "As condições para reverter esse quadro de hegemonia estão em fase de amadurecimento. Hoje, temos um mercado interno muito maior com espaço e condições para produzir mais alimentos para o povo. E é para atender esse consumo crescente que trabalha a agricultura familiar. O governo, por meio do Incra e do MDA, vem contribuindo com as políticas necessárias para viabilizar isso", frisou.
"O Governo Federal tem consciência de que, além de uma política de acesso à terra, é importante que existam outras, que precisam ser casadas: políticas de cultura, de esporte, de tempo livre e de inclusão digital, por exemplo. Esse conjunto de políticas, atrelado ao acesso à terra, na nossa avaliação, é o caminho correto para atrair o jovem a permanecer no campo", sustenta Ana Carolina. "Estamos aqui para avaliar as políticas existentes no MDA, como o Pronaf Jovem, o Ater Para a Juventude Rural – lançado na semana passada – e o Nossa Primeira Terra, para ver como a gente pode melhorá-las", acrescentou.
Severine Macedo, secretária nacional de Juventude, destacou a importância de se ampliar a agenda de políticas voltadas para a juventude do campo. “A juventude rural é um segmento muito importante para o País”, comentou. Segundo a secretária, a vontade do jovem de permanecer no campo nem sempre prevalece e um dos grandes desafios da SNJ é melhorar as condições de trabalho, além de garantir o acesso desses jovens às políticas públicas. Severine citou, ainda, a integração de ações entre os governos federal, estadual e municipal. “As políticas locais são de grande importância para garantir a qualidade de vida do jovem no campo.”
Outro ponto ressaltado durante a fala da representante da Secretaria Nacional da Juventude foi a questão da educação no campo. “É necessário massificar a educação no campo e temos conseguido avanços, como a criação de um programa específico para o meio rural, o Pronacampo”, explicou. Na avaliação de Severine, ações desse tipo são o caminho certo para aumentar o acesso do jovem à educação superior e, também, uma forma de desestimular o êxodo rural.
Participantes elogiam
O primeiro tema de debates do seminário foi elogiado pelos jovens participantes. Hildebrando Silva de Andrade, 22 anos representante da Juventude do MST, considera que o governo tem condições de impedir o êxodo dos jovens do campo se aprofundar as políticas públicas, por meio de incentivos e buscando a participação e a colaboração da juventude dentro dos assentamentos e das comunidades.
Silvânio de Almeida da Silva, também de 22 anos e da Juventude da Contag, elogiou a iniciativa do MDA de debater temas tão importantes e preocupantes para a juventude rural. "Este seminário é uma conquista dos jovens e vinha sendo discutido desde os seminários estaduais, dos quais participei. Estamos tendo a oportunidade de reivindicar, junto ao Governo Federal e ao MDA, os nossos anseios”, afirmou. Segundo ele, a juventude rural brasileira necessita de infraestrutura.
Adriane Ivanine Faria Rosa, 31 anos, e João Paulo, 27 anos, ambos do Grupo de Articulação Jovem Jongueira de Barra do Piraí - Pontão do Jongo e Caxambu-, (RJ), acham que as discussões e os debates são fundamentais para sinalizarem aos jovens sobre os caminhos a seguir. "Discutir para saber como fortalecer os desejos dos jovens e ajudá-los a ficar no campo é importante. Muitos jovens querem acompanhar a família e não saírem do lugar onde vivem, mas são obrigados a ir embora. É importante saber o que podemos fazer para convencê-los a ficar”, defendeu. “Nós somos de um movimento diferente, mas o nosso objetivo e a nossa luta são iguais aos de toda a juventude aqui presente", disse Adriane, pouco antes de juntar sua voz ao corro dos jovens que, no intervalo dos debates, cantaram: "Juventude que ousa lutar / Constrói o poder popular" e "Juventude organizada / Sociedade transformada".
MDA