Secretário diz que Hospital Walfredo Gurgel não vive sua pior crise
Um
dia depois da inspeção do Ministério Público (MP) ao Hospital Walfredo
Gurgel, o ambiente, no feriado do dia do trabalhador, era de
tranquilidade. O lixo encontrado pela promotora Iara Pinheiro já não
fazia parte do cenário do local. Ontem, durante a visita da equipe de
reportagem do Diário de Natal, o movimento no setor de urgência e
emergência era pequeno. Mas, os corredores continuavam servindo de
enfermarias para os pacientes internados.
Ninguém da direção estava no local. Os plantonistas se recusaram a
falar sobre a situação do hospital. Apesar da calmaria do feriado, a
falta de estrutura do hospital é tema recorrente no Rio Grande do Norte.
Acúmulo de lixo, falta de macas, elevadores quebrados e leitos fechados
foram encontrados pela promotora, na última segunda-feira. Iara
divulgará o relatório da inspeção somente no final desta semana.
A expectativa é para um relatório extremamente crítico, devido à
precariedade dos serviços prestados pelo hospital. O problema no
Walfredo Gurgel está tão crítico, que os elevadores estão quebrados,
inclusive o elevador que é usado para o transporte do pacientes que
morrem no hospital para o necrotério está quebrado.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, esta não é a
pior crise enfrentada pelo Walfredo Gurgel. Ele disse, em entrevista ao
Diário de Natal, que o retrato é de um hospital que vive superlotado. “O
Hospital Walfredo Gurgel opera com 20% a mais de demanda do que a sua
capacidade. Então, a realidade é essa. Vamos trabalhar para melhorar o
quadro. Já enfrentamos quadro muito piores”, destacou.
Arruda afirmou que está cobrando junto ao governo a contratação de
pessoal, para atender a demanda, a melhora no abastecimento e nas
condições de trabalho. “Eu conheço a realidade local. A questão do lixo
ocorreu porque estamos devendo dois meses à empresa que o recolhe.
Espero acertar o pagamento, que será por indenização, dentro de 10
dias”.